Continuando com nossa exemplificação, vamos estudar agora versos trissilábicos, ou trissílabos. Há estudiosos do assunto que chamam o verso trissílabo de anapéstico, que seria em português um pé, ou parte de verso, com duas sílabas átonas e uma terceira tônica, ou duas breves e uma longa, em termos de duração ou quantidade (de som). A questão é que os versos em nossa língua não usam a duração das sílabas como base dos pés ou unidades rítmicas, como é o caso do latim e do grego. O próprio Ezra Pound, um dos maiores poetas do século XX, reconheceu a mudança da base quantitativa das línguas antigas para a base silábica (no português) ou acentual-silábica (no inglês). Particularmente, prefiro trabalhar com poesia em nossa língua com o que lhe é peculiar, ou seja, o metro tradicional com seus padrões de acentuação, em vez de dificultar ainda mais importando termos típicos da poesia de outras línguas, que devem ser estudados aplicados a elas. Como sempre, me alio a Pound para dizer: prestem atenção ao som do verso, para saber se a seus ouvidos ele soa bem.
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